Diretor do Panico fala sobre os Bastidores

Diretor do Pânico abre o jogo sobre bastidores, vaidade, rachas, brigas e a guerra pela audiência - 2011.
VIRGULA – No começo do ano houve boatos de que o Pânico estava passando por uma crise de audiência. Têm fundamento?
ALAN RAPP – Todo início de ano a gente sofre por causa do BBB, é impossível ganhar deles. E as pessoas já esperam o BBB assistindo Fantástico. Nessa época eu até converso com o Emílio Surita e Tutinha (dono da Jovem Pan e sócio do programa), avisando que a gente precisa esperar um pouco. Passando o BBB a gente tem obrigação interna de dar resultado e a gente tem conseguido isso. Desde que o BBB acabou a gente está há seis domingos em primeiro lugar. Mas ninguém sabe o quanto a gente sofre para alcançar o primeiro lugar. A gente dá o start em último, a Globo com quase 20 pontos, a Record com 18, o SBT com 10, a gente larga com 1,5, mas em praticamente uma hora e meia de programa já estamos em segundo lugar e no final a gente chega a 17 pontos. Quanto significa esse aumento de 1,5 ponto para 17 pontos? Nem eu fiz essa conta. Pro Silvio Santos, sai lá o resultado final. Pânico deu 10 pontos de média e empatou com o SBT, que deu o mesmo número de pontos. Mas ele já saiu com uma audiência legal, nós não.
 
VIRGULA – Como é quando ficam em primeiro? Tem comemoração ou só a tensão de ter que se superar na semana seguinte?
ALAN RAPP – A nossa comemoração dura pouco, porque o programa termina às 23h30 e já vamos para uma reunião. A gente vê o resultado de cada matéria minuto a minuto. Tem que ser assim, televisão é número. Nossa vida é muito intensa. Nossos seguidores do Twitter sabem como é. Então nossa comemoração dura da RedeTV! até a pizzaria aonde a gente vai. Quando a gente chega na mesa ainda tá todo mundo eufórico. Mas aí a gente abre as pautas e já começa a pensar no próximo programa, daí já acaba, zerou o placar e vamos começar um outro jogo. A gente fica o dia todo pensando em algo pro programa. Se você me mostrar esse copo, eu já vou pensar em como poderíamos fazer uma sacanagem com isso. Se eu tô no trânsito, vejo alguém atravessando a rua, já penso que poderíamos sacanear com essa pessoa atravessando a rua. Você fica num processo mental 24 horas. 
VIRGULA – Saiu uma matéria recentemente dizendo que existe um certo racha entre vocês. De onde surgem essas notícias?
ALAN RAPP – Nessa notícia especificamente, a gente descobriu que tem um X9 (dedo-duro) dentro da equipe, que passou essas informações para o pessoal do jornal. A gente já descobriu quem ele é. Ficamos chateados. Nossa reunião é íntima. Se você tá lá, eu confio em você. A equipe tá dividida mesmo. Tem a treta do Vesgo e do Bolinha, a vingança da Dani Bolina, que machucou o ombro do Bolinha…
 
VIRGULA – E esses rumores de que o Ceará estaria de salto alto, que agora não quer gravar qualquer coisa…
ALAN RAPP – O Ceará virou celebridade. Ele deixou um pouco pra trás talvez o espírito do Pânico. Eu acho que a gente não pode perder a nossa raiz. E o Pânico é isso, a turma do fundão. Não podemos mudar. A gente chegou onde chegou sendo assim. Agora que a gente chegou onde queria vai mudar? É uma questão complicada essa porque a gente é meio como um quartel. Você tem de cumprir as suas determinações. Se for determinado que você vai fazer tal pauta, você não pode escolher se vai ou não. Se tá no grupo, tem que fazer. Ele passou por alguns momentos complicados, mas ele já tá voltando às origens.
VIRGULA – Foi uma fase de rebeldia? Do tipo não quero fazer essas coisas menores?
ALAN RAPP – É um salto muito grande na vida das pessoas. A vida delas mudou rápido demais e, às vezes, você não tem noção do que aconteceu, fica no mundo da Lua, perde a realidade. Mas estamos trazendo ele de volta. Ele está se readaptando. Vários artistas que ele homenageou em imitações morreram: Clodovil, Vera Verão, Dercy Gonçalves… Isso o incomodou muito. Daí ele ficou no Silvio. A Gabi Herpes fez sucesso, e agora ele tá aí com a Valgina Casé. Todo mundo gosta dele, ele é talentoso, um puta artista!
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